Quando vi a data do último post, mal podia acreditar que tanto tempo passou. Mas hoje, enquanto fazia o jantar, acompanhou-me a vontade de publicar. E conto-vos as minhas deambulações culinárias começando no fim, na mezinha que tenho ao lume.
É Outono e os 10 ou 12 graus Celsius que se sentem na Prússia não perdoam o mais distraído que se esqueceu que o Verão acabou. Chegaram as constipações e, cá em casa, foi o meu marido a vítima. E foi por acaso que vi no site do Slow Food Algarve uma mezinha algarvia à qual sabia que o meu marido não resistiria. Se quiser tentar, precisa de 600 gr de mel, um pau de canela, casca de um limão e meio litro de água. Ferva tudo e deixe apurar. Depois, coe e junte a meio litro de medronho. Prove e chame-lhe pomada.
E para o jantar, andava indecisa entre uma beringela listrada – que só comprei pelo seu adjectivo – no forno com tomate ou uma salada de bulgur e legumes, quando um alho francês me sussurrou “quiche”. Desenrolei uma embalagem de massa folhada sobre um tabuleiro com papel vegetal e existe algo de mágico, fascinante na massa, que atrai a minha filha à cozinha. E assim veio ela a correr, dizendo, “ó mãe, eu ajudo-te!!”. E sem esperar pelo meu sim, encostou a sua cadeira à bancada. Eu tirei os ovos e ela partiu-os. Quatro, certeiros. Eu juntei 125mL de leite a outros tantos de farinha, mexi bem e ela misturou-os com os ovos. Eu juntei sal e pimenta e ela entretanto já tinha desaparecido para outra aventura. Depois, cortei em troços um alho francês – os troços da parte branca mais largos que os da parte verde – despejei a massa no tabuleiro e distribuí os troços. Ralei por cima algum parmesão e foi ao forno a 180 graus, cerca de 40 minutos. Servi com uma salada de alfaces.
Também ao forno foi a sobremesa: pus 4 metades de marmelo num tabuleiro de barro, com a parte plana virada para baixo, salpiquei com açúcar e canela e reguei com sumo de maçã. Não sei quanto tempo ficou no forno, mas foi até todo o marmelo estar tenro. Servi com iogurte de baunilha.
Assim foi este serão de Outono cá em casa. A quiche brilhou entre os adultos e a pequenota maior. Já a pequenota “pequenota”, decidiu usar os pedacinhos de quiche para aprender a relação entre distância e velocidade, observando a sua queda livre do alto da sua cadeira até ao chão.
Já à sobremesa, a distinção entre adultos e crianças foi clara, optando os adultos pelos marmelos e as crianças pelo iogurte. E eu, pelos dois.
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