waffles com alfarroba e aveia

Já há algum tempo atrás, a minha filha teve uma virose, daquelas típicas da sua idade, que atacam agora e vão fortalecendo e enriquecendo o sistema imunitário. Fomos ao médico e o diagnóstico foi claro: o sr. vírus escolheu a zona intestinal para se instalar e tendo desregulado todo o sistema, as refeições da pequenota dos próximos dias tinham que ser bem planeadas. O médico avisou-nos, no seu alto e bom som bárbaro: kein leite e seus derivados,  frutas, legumes, açúcar ou gordura. kein! , reforçou, por trás do seu olhar azul, gélido e estilhaçante. Deti-me a pensar sobre os ingredientes que me sobravam. Arroz, batatas, massa. Carne, peixe, ovos. Pensei no que fazer e nada inspirante me ocorreu. Pensei em peixe cozido com batatas, que é uma das refeições de eleição da minha filha e que foi uma opção. Mas os próximos dias pediam alguma variedade na cozinha, apesar da limitação nos ingredientes. Abri um livro com receitas para crianças e lá havia também um capítulo com as melhores receitas para cada maleita. Fiz uma canja sem estória, mas à qual adicionei cominhos, que acalma as dores de estômago e ajuda a digestão. Quando li na receita a importância de juntar os cominhos, lembrei-me de uma receita que a minha amiga Pooja fez e que, por ser de digestão pesada, tinha também os famosos cominhos a ajudar no processo.

A outra receita permitida eram waffles (também com cominhos…). Quando estava a pôr os ingredientes na bancada, lembrei-me da minha Avó gabar as propriedades reguladoras da alfarroba, quando se trata de acalmar o trânsito intestinal. Então adaptei a receita assim: Medi 170 g de farinha de trigo, 30 g de farinha de alfarroba, 200 g de flocos de aveia, rendi-me às propriedades terapeuticas do cominho e juntei uns pózinhos e outros pózinhos de fermento. Juntei um ovo e fui juntando meio litro de água, até obter uma massa pastosa e grossa. Deixei a massa descansar 45 minutos e fiz 8 waffles desta massa. Quando a minha filha viu os waffles no prato, olhou para mim, apontou para os waffles e, peremptoriamente, disse: “nhão!”, não se demovendo com os meus sinceros “mmmm, que bom!…” ao provar estes waffles sem açúcar.

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