Os couscous doces que a Moira trouxe do Maghreb para a sobremesa viajaram de tapete mágico da Tertúlia para a minha mesa! Há aquelas receitas que me caem no goto e só me saem da cabeça quando ponho o avental, pego no rolo da massa e lhes digo: “hoje não me escapas!” E assim teve que ser com a sobremesa de couscous da Moira, que brilharam no jantar de Sábado com amigos.
E comecei por fazer exactamente a sobremesa. Aqueci 500 mL de água e, antes desta ferver, juntei duas colheres de chá Daarjeeling hand rolled, que encontrei perdido no armário e adocei com 2 colheres de mel da Serra do Portel. Cortei aos cubinhos 10 alperces secos de Marrocos e 10 figos secos da horta da minha Avó. A metade do chá, juntei os alperces, os figos e uma mão cheia de passas. Deixei esta mistura em paz durante duas horas. Entretanto virei-me para Sua Majestade, o Espargo Branco, que seria o prato principal, e descasquei uma montanha deste vegetal. Pus as cascas a cozer numa panela com água e reservei os espargos sem camisa para mais tarde.
Agora, voltei a concentrar-me na sobremesa: Juntei 2 chávenas de café de couscous ao resto do chá adoçado e deixei descansar 10 minutos, enquanto aloirava duas mãos cheias de pinhões numa frigideira antiaderente. Parti avelãs e nozes pecãs e juntei aos couscous demolhados com a fruta macerada e os pinhões alourados. Piquei um raminho de hortelã, juntei, mexi tudo, juntei canela, mexi, provei, fechei os olhos e à minha frente apareceram o Alibábá e o Aladim num festim de cores doces e sabores quentes dignos das mil e uma noites.
Entretanto tive que sair do meu transe pois os convidados estavam aí a chegar. Dediquei-me agora a fazer as pizzas de lilliput e o meu marido dedicou-se aos espargos. Deixou as cascas ferverem durante cerca de uma hora, rejeitou-as deixando o caldo, juntou caldo de legumes, farinha para engrossar, vinho branco, sal e pimenta e mexeu. Numa panela à parte, pôs os espargos a cozer durante vinte minutos e preparou o vinagrete que viria acompanhar parte dos espargos: azeite, vinagre branco balsamico, cebolo, flôr de sal e pimenta.
Desliguei o forno, tocou a campaínha, vieram os convidados, abrimos uma garrafa de Casal Garcia fresquinha, apesar do frio lá fora e os nossos amigos disseram: “vinô vêrrrdê, mmmm!” Fomos à mesa, começámos pelas mini pizzas que foram logo aprovadas, passámos à sopa e vieram os espargos temperados com o vinagrete ou com azeite e limão. Comentámos como um tempero tão simples realça o sabor delicado dos espargos. Mas chegaram os couscous mágicos das Arábias, que destronaram por completo o rei Espargo, brilhando e aquecendo a noite fria prussiana. Deliciosos!
Resta-me agora agradecer à Moira a partilha desta receita e a sua dedicação (e a do seu provador) na criação desta sobremesa de couscous doces tããão saborosa!
Sofia,
É com um enorme sorriso que leio o teu post de hoje, fico tão, mas tão feliz que todos tenham gostado. Imagino os teus provadores a viajarem até às Arábias 🙂
Tenho que dizer ao provador que afinal o sacrifício dele não foi em vão 😉
Um grande Beijo
Moira
Moira,
Não és só tu que ficas feliz, todos nós ficámos com esta delícia arábica! E a minha filha também ficou fã, dizia-me: “maix, maix”!
bjs e boa noite!
Sofia